Eu vejo você, Stern, então o céu,
tão fria e tão infinitamente longe ...-
An Die Sterne Tradução
Sopor Aeternus
Eu estava parado a margem daquele rio de águas profundas e infinitamente escura. Meus olhos ardiam, e aquelas lágrimas não pareciam tão doces como as águas que corriam livres pelo rio.
Eu meio que contemplava aquela paisagem, enquanto meu corpo era destruído por sentimentos de amargura e impotência. Se eu corresse até cansar, ou indefinidamente ficasse ali parado não mudaria a exaustão de espírito, tão pouco mudaria o ódio que brotava daqueles sentimentos míseros que se tornavam uma cimitarra ensanguentada e impalpável. As folhas verdes, o vento calmo, sombrio e gelado arrepiava a minha pele. Eu deveria estar morto novamente.
Ele era um lindo homem, preso em toda sua masculinidade... E eu, apenas um garoto indefeso, pálido e sem vida. Querendo ver uma vida que nunca tive passar diante dos meus olhos antes de morrer perpetuamente. Que triste perplexidade este interposto.
Eu pude ver, então, pela primeira vez. A lápide fria do outro lado do riacho, deteriorada pelo tempo, mas ainda firme, esperando o que sepultar. O jogo acabou para mim, há algum tempo eu já sei disso. Entretanto, me falaram que o suicídio era indolor, mas ainda estou segurando essa lamina de prata que iguala o frio, o medo e uma triste solução.
Queria ouvir mais uma vez, cada palavra escrota que sai da sua boca, palavras que eu nunca pude entender. Um poeta me disse uma vez: Que seu único prazer era seu poder, incontestável, de criar nuvens brancas, que entravam e saiam de seu pulmão, mas hoje eu vejo que a única fórmula para isso não é o doce prazer de olhar a minúscula chama queimando perto dos lábios, pois de meus lábios saem às doces nuvens criadas pelo frio e minha fraca respiração que espera expirar o quanto antes.
Eu queria estar aqui até o próximo amanhecer, mas é tarde demais para arrependimentos e apenas os últimos martírios me restam. De certa forma, invejo esse homem discreto que vive dentro de mim, embora ele faleça essa noite em minha companhia. Sentindo o doce gosto da prata.
espero que alguem comente dessa vez ._.
ResponderExcluirparece uma doce melodia morbida, contada.
ResponderExcluirVocê devia fazer um heteronimo
"Se eu corresse até cansar, ou indefinidamente ficasse ali parado não mudaria a exaustão de espírito, tão pouco mudaria o ódio que brotava daqueles sentimentos míseros que se tornavam uma cimitarra ensangüentada e impalpável." Post muito bom. Parabéns, Arthur!
ResponderExcluirCara sou suspeita pra comentar já que gosto de todos os poemas dele. Mais vejo que esse tem algo de especial. Curti muito e a foto tá um maximo. Parabens Bob.
ResponderExcluirNossa o.O Curti pacas esse post parabéns
ResponderExcluirVery good
ResponderExcluirObra magnífica. Parabéns!
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