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terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Vestido à Gullar

Loucuras por medo,
Árvores e flores.
Macabro castelo dos campos verdejantes,
Macabro e abandonado
Sobre a neblina do amanhecer.

A dor de um objetivo não alcançado,
O sorriso alheio, sem verdade,
A falsa alegria de si,
Choro uma dor sofrida
No profundo vazio da alma.

Espero que ninguém saiba,
Maria da coroa de flores,
Espere-me até que eu cumpra meu destino
Um dia venho para ama-lá.
Ama-lá como sempre quis...

Enquanto a isso!
Espero a coragem para tomar meu castelo,
Macabro castelo sobre a neblina,
Cheguei cedo, meus pés tremem,
E do portão ainda não passei...

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

A morte do Poeta

O amor morreu enquanto eu dormia,
Enquanto eu sonhava você se perdia.
Eu via as duas luas, o vermelho misterioso,
Eventualmente, eu dormia e falecia.

Caminhava pela areia da praia,
Em busca de uma inspiração solitária,
De uma alegria passageira.
Do desprezo ao vicio, algo a contemplar.

O amor nunca existiu, enquanto eu dormia...
Enquanto eu a via e o céu era obscuro,
Tarde da noite as estrelas caiam
E no fim, os castelos de areia desapareciam.
E não há sentido ou nunca tenha existido.

domingo, 26 de agosto de 2012

Choupana à dentro - Sobre Sonhos e Bestas



Veja o meu desejo,
Choupana à dentro...
Escondido pelos cantos escuros.
Fugindo da brisa férrea.

Veja os meus olhos fecharem
E meus sonhos morrerem,
Deixando-me a mercê da realidade.

Realidade é aquilo que vemos
Quando estamos tristes,
Tão normal e monocromática
Com tendências agressivas,

Disposta a tudo...
Uma teoria do caos
Direcionada a ferir sentimentos.

Veja todo meu ser,
Entrar pela choupana...
Fugindo da realidade.
Indo para o mundo dos sonhos.



Buscando a névoa cósmica que flutua
Por entre os cantos da choupana,
Buscando outras dimensões,
Que tragam-me prazeres e bons sorrisos.

Veja todo meu ser,
Dentro da rede, no interior da choupana.
Inerte e de olhos fechados
A pele sente a brisa calma que há lá dentro
E a mente, no mundo dos sonhos...
Alegre e a Deriva...

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Céu Alaranjado e Rubro - Sobre sonhos e Bestas



Ah! Como eu procuro dentro de mim,
Aquela força dos deuses mitológicos.

clichê fim romântico dos filmes que vejo,
E alguém, que não precise me completar,
Mas que não me deixe continuar vazio.

Ah! O fim do dia me fascina,
Com todas as possibilidades da noite
E as cores alaranjadas e rubras do céu.
Anunciando qualquer coisa que me convêm. 

Ah! Como eu procuro por ai, 
Por alguém que me faça sentir bem.
Eu invejo você,
E toda a facilidade de não sofrer por amor
Ou, quem sabe, pelo menos parecer forte.

Ah! Que alivio sinto no primeiro suspiro,
Dos ares banhados pela noite...
Estranho desejo pelo escuro,
De estar escondido, e preso em sua caixa.

Ah! Como eu queria estar com você,
Tenho um coração quebrado, 
E milhares de pedaços para colar
Talvez eu perca alguns dias, sozinho,
Pensando por onde começar.
Você poderia se juntar a mim
E me ajudar a consertá-lo.

Talvez ele nunca mais seja o mesmo,
Mas ele será todo seu, 
E eu cuidarei e trocarei os curativos,
Sempre que você estiver por perto.

sábado, 18 de agosto de 2012

Interposto - Sobre Sonhos e Bestas


Leve-me embora,
Das negras ruas por onde caminho.
Estou feliz que você esteja conosco,
Mesmo que seja por apenas uma noite.

Diga-me, embora,
Eu saiba que minhas palavras foram em vão,
Veja as luzes se apagarem com o nascer do sol.
E volte comigo para minha tenda dos sonhos
Que não foram alcançados...

Toque-me, embora,
Eu acredite que meus bons sentimentos foram
E são espantados pelo medo da rotina.
E venha comigo para as noites eufóricas,
Até o sol nascer novamente...

Leve-me embora,
Das negras ruas por onde caminho.
Estou feliz por você estar comigo,
Olhe para o que há no final
Está tão escuro...
Meu sorriso sem graça,
E meus olhos tristes...

Leve-me embora,
Vamos dormir ao som das antigas canções,
Que costumávamos ouvir a noite inteira...


sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Autoestrada para o Paraíso do pecado

Descobrimos o segredo cedo demais,
E o sal do oceano perdeu o encanto.
Todas as fadas maravilhosamente imaginadas
Morreram em uma overdose de razão e álcool,
Junto aos belos duendes e os heróis de infância...

E todos os momentos esquecidos
E os meus sonhos perdidos,
Você é o melhor deles.

Éramos dois tolos tentando descobrir o mundo
E tudo o que havia debaixo de cada folha.
Mas, todas as respostas traziam mais perguntas.
E percebemos que nada mais fazia sentido.

E decidimos esquecer,
Nos torna um carro desgovernado
Na autoestrada para o paraíso do pecado.

segunda-feira, 30 de julho de 2012

Timidez




Aquele era eu e meu sorriso sem graça.
Aquela era ela com medo de sofrer
Com olhar distante, uma vez me disse:
- Não quero mais promessas, eu quero atitude...
- Promessas mancham a maquiagem e comprimem o estômago.

E eu novamente fechado, envergonhado.
Pensando em lorotas, em como me prender no seu coração.
Queria dizer pra ela que sou um bom escritor
Queria que ela se apaixonasse assim por mim
Lendo cada palavra que eu escrevo.

Aquele era eu, novamente, pensativo.
Querendo que o horizonte em que ela se perdia
Chegasse mais rápido perto de mim.

Aquela era ela, parada no fim da rua.
Olhando para baixo, escondendo seus olhos e seus segredos.
Talvez estivesse sorrindo da minha ingenuidade
Talvez estivesse pensando em outro agora
Ou, simplesmente, não estivesse pensando.
É! Alguém deve ter dito que para não sofrer
Era só parar de pensar.

Aquele era eu esperando a hora certa
Procurando um papel no bolso
Queira escrever um poema pra ela
Talvez assim eu a ganhasse
Ou, talvez assim eu a perdesse de vez.
E voltasse para casa triste novamente
Sem maquiagem para borrar
Restaria sentir meu estômago embrulhado
E o meu rosto molhado.



terça-feira, 17 de julho de 2012

Monólogo ao Rei Primata





  • “- Agora tu, pequeno inútil”.

  • “-Agora tu, que queres manter sob tua tutela o desconhecido? Ouvi ao longe dizer que, no interior do homem, existia um Deus. Que maldito Deus seria esse? Que promulga a sua maldade e faz-te matar teus semelhantes? Que maldito seria esse que te fez tão pequeno em um universo tão imenso? E que agora anuncia o maior genocídio! A extinção de uma espécie consciente.
  • - Desgraçado, sejas tu. Que alimenta essa ideia, que afetará tantas vidas, e que irá limitar tantas mentes.
  • - Mas, quem sou eu? Para te julgar, eu também sou um idiota, um inútil. Um primata...
  • - Tu que é o Rei dos primatas, e que veio do barro, e que veio da virgem, e que veio de Zeus, e que veio do céu, e que veio do mar, e que terá o mesmo fim que eu... Conte-me no que pensas quando milhares de vidas são determinadas por você? Você acredita ter o poder, mas você se torna refém do poder. E perde a sua liberdade, tão terrivelmente, quanto à liberdade que tirou de seus servos.
  • - Rei primata! Estamos fadados aos perigos da consciência.”


sexta-feira, 23 de março de 2012

Goze! Goze da vida!


Eu grito de dentro do meu pulsante coração sangrento
Quando você abrir as pernas para mim,
Eu vou te mostrar o meu desejo e esporrar o meu amor.

Não chore por doces ilusões ou morra deleitada em orgasmos.

O meu universo não gira ou vive em torno de suas estrelas,
Não morra de amor. E sim! Viva para seu próprio prazer.
E morra em seus próprios orgasmos
Se, isso te alimentar a alma.

Quando uma vida alcança o seu fim, ela deixa de existir.
Quando sua vida caminhar para o fim, faça um percurso.
Um percurso do qual seus últimos minutos sejam de orgulho.

Adicione a perversão necessária, a diversão necessária.
Irresponsabilidade aguda, e sorrisos pulsantes.

E goze! Goze da vida.

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Pessimismo


Eu vejo as podres ruas,
Eu vejo os heróis decadentes
Os muros observam todas elas

Veja a morte que caminha
Enquanto os prédios choram
Tudo é tão triste e cinza.

As pessoas vivem,
Cada vida até ser perdida
Cada morte, até ser alcançada...
...é uma vida sem rumo.

A lua de ferro, de prata...
...De lixo...
Observa a chuva de fogo,
A chuva de balas
O escorrer do sangue.
O esvair da vida...